26 de mar. de 2010

cenário que é a vida!

E, de repente…
enjoei do personagem,
não gostei do figurino,
cansei do cenário,
impliquei com a performance
e detestei o texto…
Então,
abandonei o palco
e o deixei ali,
ator doado em cena.
Dei a mão pra outro
e fui viver,
finalmente,
um amor de cinema.

Marla de Queiroz

18 de mar. de 2010

Almas.

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma. '

Fernando Pessoa.

17 de mar. de 2010

Alice?!

"Por fim, a Lagarta tirou o narguilé da boca, e dirigiu-se à menina com uma voz lânguida, sonolenta.
'Quem é você?', perguntou a Lagarta. Não era uma maneira encorajadora de iniciar uma conversa. Alice retrucou, bastante timidamente: 'Eu - eu não sei muito bem, Senhora, no presente momento - pelo menos eu sei quem eu era quando levantei esta manhã, mas acho que tenho mudado muitas vezes desde então'. 'O que você quer dizer com isso?', perguntou a Lagarta severamente. 'Explique-se!'. 'Eu não posso explicar-me, eu receio, Senhora', respondeu Alice, 'porque eu não sou eu mesma, entende?'."

16 de mar. de 2010

Proteja-de (Dueto)

PROTEJA-ME!I


Proteja-me , do vento, da chuva
do silencio dos dias tristes,
das saudades
proteja-me contra o mundo....
Contra a ira, a inveja e as maldades...

Proteja- -me das guerras
internas e externas...
Onde meu coração
sofre por dias , meses ,
anos intensos
a imensidão do desatino
dessa paixão.

Proteja-me das chuvas frias....
Abençoai o sol que aquece meu coração
que o mantém vivo através
do seu amor,
do seu calor...
E de toda essa emoção.

Proteja-me dos meus pensamentos
dos meus medos e ansiedades...
que não me deixam mais crer em ti.
Em sua bondade..., em sua piedade.
Proteja-me senhor,pois cresci...

Já não sou mais aquela menina que em tudo buscava a ti...
Hoje sou mulher madura,
mas com alma
de adolescente, que tudo teme,
então senhor, proteja-me com seus braços fortes...
os braços fortes do amor.



PROTEJA!II



Proteja-me das dores
das que se sente no amor,
daquelas que tanto mal fazem
que mata o coração nos estertores
deixando um amargo sabor
e tantas ilusões desfazem...

Proteja-me da solidão,
do momento das descobertas
e de tantos vazios
quando percebemos um coração,
tantas feridas abertas
e lagrimas que encheriam um rio;

Peço proteção de mim
que eu me ame novamente
que possa usar minha sensatez
pois, sou exatamente assim
e, quando tento esquecer inutilmente
descubro que te amo mais uma vez



Texto de Arneyde e Lara

12 de mar. de 2010

samba de um minuto...

Devagar
Esquece o tempo lá de fora
Devagar
Esqueça a rima que for cara.

Escute o que vou lhe dizer
Um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca
Já disse que não
Com minha dor não se brinca
Já disse que não.

Devagar, devagar com o andor
Teu santo é de barro e a fonte secou
Já não tens tanta verdade pra dizer
Nem tão pouco mais maldade pra fazer.

E se a dor é de saudade
E a saudade é de matar
Em meu peito a novidade
Vai enfim me libertar.

Devagar...

10 de mar. de 2010

Sale!

meu coração sem alento ou abrigo

recusa seu sentimento de segunda mão

guardo um amor que não dou pra qualquer um

também recuso qualquer oferta e liquidação

esse seu amor descartável, quero não

Texto: De Prado.

escute um jazz

as palavras são alcóolicas, e os olhares, clichês
me sento à mesa com o tempo que me bebe aos goles
sou uma bebida rude que desce muito bem acompanhada de carne vermelha
então, tempo, me beba aos poucos
dê um gole, mas não engula já
me exponha as suas papilas degustativas
sinta os sabores e quem sabe, escute um jazz

Texto da Dé!

9 de mar. de 2010

Cheiro de Samba no ar!

tem dias que agente tá pro Rock
outros pra reggae
estes dias eu tô pra samba, assim como sol tá pra praia
chuva pra serra
peixe pro mar...

Dois sambas que insistem em não sair dá minha cachola:

Faz o seguinte de Aline Calixto:
"Faz o seguinte, deixa tudo como antes
O sol e a lua são amantes
Mas não podem se encontrar
Tá tudo certo, deixa terminar assim
O amor só é amor quando tem um triste fim..."

e Samba Minuto de Roberta Sá:
"Escute o que vou lhe dizer
Um minuto de sua atenção
Com minha dor não se brinca
Já disse que não
Com minha dor não se brinca
Já disse que não.

Devagar, devagar com o andor
Teu santo é de barro e a fonte secou
Já não tens tanta verdade pra dizer
Nem tão pouco mais maldade pra fazer.

E se a dor é de saudade
E a saudade é de matar
Em meu peito a novidade
Vai enfim me libertar."

http://letras.terra.com.br/roberta-sa/1064487/
http://letras.terra.com.br/aline-calixto/1528410/

Acho que ando melancólica, pode ser a danada da TPM...

Mais o que interessa que as músicas são boas!

END

Joyce Smarts

1 de mar. de 2010

Mentirinha

Uma das boas coisas da infância era a mentira e sua absolvição Podíamos falar o que quiséssemos, desde que nossos dedos estivessem cruzados nas costas. Mas, como há sempre algum esperto, a coisa se expandiu, daí, braços cruzados também valiam para darem testemunho da mentira. E pernas.. e.. a lingua ! O que nos deixava, às vezes, em atitudes ímpares, de braços e pernas afastados, dedos das mãos e dos pés estirados, lingua pra fora. Assim, não estávamos mentindo. Nada de jurar, pois jurar era pecado. Essa era a regra: palavra de honra, sem dedos cruzados, não precisa jurar.

Mas, ainda , apesar do código de honra, alguém podia dizer ao ser pego na mentira:
- Meu cabelo estava todo emaranhado!
Daí era absolvido. Pois, mentir não era problema, permitia-se, desde que de dedos cruzados.

A prática é genial. Admitimos a condição humana de sonhadores, de carentes, necessitados de aplauso, de contadores de caso. Sim, mentir é possível desde que saibamos que estamos mentindo. E se a coisa for séria , abrir dedos, pernas, braços e mostrar a língua.

Imagino que em tempos de eleição devíamos exigir isso dos candidatos e dos políticos em seus cargos. A cada estatística, a cada afirmação, mostrar as mãos e estirar a lingua. E acaso seja mentira, forca na canditadura!

Ou então se não quiser, entre de "altas". Estire os dedos e diga: estou de altas, e se exima do castigo, do jogo e da brincadeira. Mas, mentir, só dedos cruzados.

Texto: Angela